quinta-feira, 7 de junho de 2012

Robert Charles Venturi

Robert Charles Venturi nasceu na Filadélfia, em 25 de junho de 1925 e formou-se em Princeton, em 1947.
Vencedor do Prêmio Pritzker em 1991, Venturi é considerado um dos principais teóricos pós-modernos, inaugurando a crítica norte-americana, a hegemonia da corporação modernista, sendo um dos primeiros a se desconectar do Movimento Moderno, e resgatando os antecedentes históricos.

Com filosofia e design humanistas, Robert Venturi valoriza antes de tudo ações dos seres humanos e o efeito das formas físicas sobre seu espírito. Seus edifícios, que não foram prontamente aceitos, por serem simples e despretensiosos, se diferenciam dos projetados na mesma época.
Um arquiteto extremamente essencial em seus projetos: sem aspirações fantasiosas, é a função que lhe interessa, bem como as formas mais fortes que derivam da expressão funcional.
Venturi trabalhou com Eero Saarinen e Louis Kahn antes de formar sua própria firma com John Rauch em 1964. Lecionou na University of Pennsylvania, onde conheceu sua esposa Denise Scott Brown, sua parceira a partir de 1967.
Em 1989, Rauch deixou o escritório, que então passou a se chamar Venturi, Scott Brown and Associates (VSBA).

Depois de alguns anos estudando arquitetura antiga ele volta aos EUA, onde inicia sua carreira e suas criações projetuais e teóricas. Em sua teoria a forma tem o papel de informar por meio de algum elemento decorativo, e não deve apenas figurar; tornando-se assim o símbolo gráfico ao usar letreiros, fachadas distintas do corpo do edifício, concebidas como painéis. Veremos nas próximas imagens como estes conceitos são aplicados às suas obras, em um breve histórico fotográfico.
Institute of Fine Arts, New York University, interior renovation (The James B. Duke House); New York (1958)
  
Vanna Venturi House - Philadelphia (1964)

Fire Station #4 - Columbus, Indiana (1966)
Para Venturi os símbolos fazem parte do dia-a-dia da cidade, e isso deve ser considerado e trabalhado nos projetos, o que no modernismo não é levado em consideração. 

Guild House - Philadelphia (1966)

Trubek and Wislocki Houses - Nantucket, Massachusetts (1971)
 
Brant House - Greenwich, Connecticut (1972)
 
Dixwell Fire Station - New Haven, CT (1974)

Franklin Court - Philadelphia (1976)


Freedom Plaza – Washington, D.C. (1980)
 

House in New Castle - Delaware (1983)
Com a influencia que recebe da semiótica, tenta recuperar uma função simbólica da arquitetura. Ao rejeitar a simplicidade do modernismo e responder à máxima de Mies van der Rohe: "Menos é mais", Robert Venturi é conhecido por dizer: "Menos é um furo"; o que deixa explicita a sua idéia de que as soluções simples, não resolvem as necessidades da sociedade complexa.
Lewis Thomas Laboratory - Princeton University , New Jersey (1986)


Gordon and Virginia MacDonald Medical Research Laboratories, UCLA - Los Angeles, California (1992)
   

Charles P. Stevenson, Jr. Library, Bard College - Annondale-on-Hudson, New York (1994)
 
Gonda (Goldschmied) Neurosciences and Genetics Research Center, UCLA - Los Angeles, California (1998)





Provincial Capitol Building - Toulouse, France (1999)




Baker/Berry Library, Dartmouth College - Hanover, New Hampshire (2002) 


Lehigh Valley Hospital, Muhlemberg - Pensylvanya (2005)


 
Episcopal Academy Chapel - Newtown Square, Pennsylvania (2008)
Ainda que o arquiteto tenha projetado inúmeros edifícios nos Estados Unidos, Europa e Japão; é mais conhecido por suas polêmicas teorias, consideradas por alguns críticos como responsáveis por uma estética populista do pós-modernismo arquitetônico.

A todas essas características que Venturi atribui na sua postura em quanto arquiteto, podemos separar dois períodos de teorias e projetos, assim como propõe Otília, que se distinguem, demarcados com a criação das obras: “Complexidade e Contradição em Arquitetura” e “Aprendendo em Las Vegas”. Onde enquanto temos um “primeiro” Venturi complexo e contraditório que lança uma sobriedade inventiva, e
no “segundo” essa sobriedade é abandonada, fazendo uma releitura do passado que a sociedade de consumo sobrepôs sobre a antiga.
    
Publicado em 1966 pela primeira vez pelo Museu de Arte Moderna em Nova York e também promovido pelo MOMA em 1932, o livro Complexidade e Contradição em Arquitetura é considerado um livro pluralista e fenomenológico em seu método que valoriza as ações do homem e o efeito das formas físicas em seu espírito. Venturi considera que a cultura contemporânea já aceitou a contradição como condição existencial e, em todos os setores, manifesta-se a impossibilidade de alcançar uma síntese totalizante e completa da realidade.

Segundo Kate Nesbitt em “Uma nova agenda para a arquitetura”, no livro de Venturi é mostrado que o problema da arquitetura e do urbanismo modernista era serem enfaticamente reducionistas, resolvendo os problemas de maneiras à limitá-los, por meio de soluções puras e tediosas. Embora esta simplificação resultasse em alguns belos edifícios, o maior resultado do modernismo foi uma suavidade excessiva, como Robert Venturi o propõe na sua reformulação da frase de Mies van der Rohe: "Menos é um tédio". O arquiteto coloca ainda em seus textos, que a arquitetura moderna não esta à altura da arte e da ciência desse período, a qual tem a problemática da complexidade e contradição.

Para resolver os problemas que encontra no moderno, o arquiteto propõe o exercício da inclusão, que conduz a uma ampla interpretação, com elementos de dupla função, reforçando sua teoria de que mais não é menos. A sua teoria é afirmada pelos princípios da semiótica, pelo valor poético que a ambigüidade atinge, e por meio do significado da arquitetura pautada na história da disciplina.
Uma das principais críticas de Venturi nessa obra é feita ao edifício modernista de esqueleto de aço e revestimento em cortina de vidro, com sua estrutura independente da vedação; que deveria reintegrar as essas funções, fazendo o uso, por exemplo, da parede portante.

Embora crítico em relação ao movimento modernista, o texto se coloca em uma condição de complementaridade e diálogo com os mestres.

Por Jéssica Rossone

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