domingo, 28 de abril de 2013

Carrera Séptima

Antes chamada Calle Real, a atual Avenida Alberto Lleras Camargo, mais conhecida como Carrera Séptima, é uma das principais vias do centro de Bogotá, compreendendo o Centro Histórico e o Centro Internacional. É considerada uma via arterial, pois corta a cidade de Norte a Sul, em um eixo oriental. 

Trecho da Carrera 7 vista da Torre Colpatria
A Carrera Séptima inicia seu traçado no município de Chia, a 20 quilômetros de Bogotá. Continua pela área histórica chamada Usaquén, passa pelos bairros Chapinero, Santafé, La Candelaria, San Cristóbal e termina no bairro Veinte de Julio.  

Trecho da Carrera Sétima entre o Parque Santander e a Catedral Primada de Bogotá

Carrera Séptima no bairro histórico de Usaquén

Carrera Séptima no Bairro 20 de Julio

O mais alto edifício da Colômbia, a Torre Colpatria, tem fachada principal para esta via. A Torre Colpatria,  com seus 50 pavimentos e 196 metros de altura, é considerada a terceira mais alta da América do Sul e o edifício mais representativo da cidade. Abriga escritórios de diversas companhias entre eles as salas do Grupo Colpatria, também proprietários da torre que foi construída em 1979. Em 1998 foram instaladas 36 lâmpadas de xênon para fazer a iluminação noturna do edifício de uma maneira divertida e, em 2012, estas foram substituídas por lâmpadas de tecnologia LED, permitindo maior variedade de cores e desenhos. Visível em todas as partes da cidade, a torre é um ícone para os turistas e motivo de orgulho para os bogotanos.


Torre Colpatria vista do Cerro de Monserrate
Torre Colpatria com iluminação em tecnologia LED

Outro edifícios como a Catedral Primada de Bogotá e a Iglesia San Francisco também estão na Carrera Séptima e também a Plaza Símon Bolívar, importante ponto de encontro dos bogotanos.

Catedral Primada de Bogotá

Cruzamento com a Av. Jimenez de Quesada, onde passam os ônibus
articulados Transmilênio
A Carrera 7 tem sido palco de muitas manifestações artísticas, culturais e sociais atualmente, enfatizando seu significado e simbolismo para a cidade. No último 9 de abril foi por ela que a Marcha por la Paz aconteceu, com as mais diversas manifestações patrióticas da Colômbia. 

Marcha por la Paz, 9 de abril de 2013
Marcha por la Paz, 9 de abril de 2013
A Carrera Séptima se torna ainda mais particular entre o Centro Histórico e o Centro Internacional do bairro La Candelaria, Calle 11 e 24, respectivamente. Das 6:00 a.m. às 8:00 a.m. somente transporte público pode circular, das 8:00 a.m. às 6:00 p.pm  via é liberada somente para pedestres e ciclistas e a partir deste horário podem circular veículos leves. 

Faixa que indica o funcionamento da via durante o dia

Ciclovia da Carrera 7
Carrera 7 Peatonal
Os pedestres tem passeios largos e arborizados, revestidos com pisos intertravados, e com sinalização para deficientes.

Uma característica desta parte da Carrera 7 são os vendedores ambulantes, que tomam boa parte dos passeios com suas tendas e também as pessoas que utilizam o espaço para se divertir, como os jogadores de xadrez que passam todo o dia no lugar.

Campeonato de xadrez na Carrera 7

Campeonato de xadrez na Carrera 7
Um grande shopping ao ar livre, pessoas vestidas de palhaço trocando um sorriso por pesos colombianos. Jogadores ágeis de xadrez, alguém tocando saxofone, uma estátua da liberdade, Michael Jackson. Muitas lojas, pessoas fazendo caricaturas, ciclistas, turistas. 

Imitação de Michael Jackson

A Carrera 7 reúne  os mais variados tipos de comércio, de tipologia arquitetônica, de usos e de espaços da cidade. Manifestações culturais que normalmente só vemos em um desfile cívico aqui se pode ver todos os dias. Uma caminhada num domingo de Sol e se conhece a essência patriótica colombiana. Simplesmente apaixonante.  

Por Jéssica Rossone 

sábado, 20 de abril de 2013

Puerto Madero - Buenos Aires


Lembro de avistar luzes douradas e uma neblina que se desfazia em meio aos arranha-céus. Essa era minha primeira visão, ainda dentro do ferry boat, em direção à Buenos Aires. Não podia ser diferente. Puerto Madero, além de ser porto, é hoje o aguilhão da Argentina.

Puerto Madero começou pelo avesso. Ao final do século 19, o rico comerciante Eduardo Madero resolveu brindar sua cidade com uma estrutura portuária adequada. No entanto, seu brinde acabou engasgando no primeiro gole. Com a chegada de barcos grandes e o aumento do fluxo das embarcações, o porto, obsoleto, caiu em desuso e foi substituído pelo Puerto Nuevo. Durante mais de 50 anos, a "orla" portenha fadou-se à decadência e ao abandono.


Já em 1989, a ex-municipalidade de Buenos Aires e a Prefeitura de Barcelona firmaram um convênio, em parceria com escritórios de arquitetura argentinos que ganharam o concurso nacional de ideias para o porto, para elaborar um plano estratégico para a região. Alguns anos depois teve-se início o que seria um dos projetos de renovação urbana mais exitosos do mundo.

O projeto elaborado pelos 3 primeiros prêmios do concurso, formam hoje parte do Código de Planejamento Urbano da cidade de Buenos Aires. A base do plano determina a racionalização da área para resgatá-la do abandono, de maneira que contribua para equilibrar os déficits urbanos do centro da cidade. Portanto grandes superfícies de espaços verdes além de acesso livre ao rio.





Croquis iniciais para o Puerto Madero
Sua localização privilegiada em frente ao centro histórico de Buenos Aires, lhe concedeu a vantagem de redefinir a silhueta da cidade e reconquistar uma nova aproximação ao rio. Engana quem pensa que o Patrimônio histórico desapareceu ou se afogou em meio à tantas mudanças. Desde 1991, há uma norma de proteção patrimonial que cobre o conjunto de docas e seu entorno, com todos os elementos de reminiscência portuária que o conformam. Para reciclar suas estruturas foi preciso ater-se à estritas condições, respeitando as fachadas e os materiais originais, com a finalidade de manter o caráter histórico do lugar. No desenho dos passeios e dos guarda-corpos dos diques se empregaram materiais e elementos do antigo porto. As antigas gruas foram recuperadas e na base de algumas delas há lojas de informações ou simplesmente guaritas que foram dispostas estrategicamente para evocar o forte espirito portuário.


Os 16 edifícios de ladrilho vermelho, que hoje em sua maioria abrigam restaurantes e casas noturnas, foram construídos entre 1900 e 1905. A proposta de novos usos dentro de sua estrutura, os mantem vivos e incorporados a nova trama urbana. São um exemplo claro da arquitetura utilitária inglesa. Alinhados em intervalos regulares em frente aos espelhos d'água dos diques, é possível ver refletidos os ladrilhos da suas fachadas e a forma abobadada de suas curvas, galerias e aberturas. Uma grande identidade do Puerto Madero.



Quando se caminha pelos calçadões que margeiam o rio pelo lado oposto aos galpões ingleses, somos faceados por uma franja de baixas edificações contemporâneas que mesclam residências, cafés ou até mesmo galerias de arte que aportam vida ao passeio público. Os bulevares trançados em correspondência com os eixos de acesso a área, conectam toda a zona com o resto da cidade; e nisso, o sistema de espaços verdes públicos articulam a escala local com a a metropolitana.

Existem também extensas áreas de reserva ecológica. Apesar de ter um acesso extremamente facilitado, não há estações de metrô ou muitas linhas de ônibus dedicadas exclusivamente a atender o bairro. Além do mais, a área já se tornou a mais cara do país, algo como 3,5 mil dólares o metro quadrado, gerando interesse de investidores e tudo o que isso pode acarretar.


 Fragata Presidente Sarmiento, o primeiro navio da Argentina que atualmente é utilizado como museu
As torres com maior gabarito ficam mais distantes do talvegue remarcando o eixo da Avenida de Mayo e estabelecendo o limite do novo frente urbano sobre o rio. A construção dessas torres sobre os bulevares Azucena Villaflor e Macacha Güemes - todas as ruas possuem nomes de mulheres importantes para a história - me parece rememorar a aspiração de Le Corbusier em construir sua Cité des Affaires sobre o rio de la Plata.

O aspecto de Puerto Madero não deve em nada à países desenvolvidos. Extremamente limpo e bem cuidado, repleto de árvores e flores coloridas. Inevitavelmente, se transformou em um centro refinado de hotéis e restaurantes de luxo, mas nem por isso deixei de ver crianças correndo e mães passeando com carrinhos de bebê ou simplesmente casais de namorados sentados à beira do rio de la Plata. Além do mais, Buenos Aires agora possui um centro financeiro, cultural e gastronômico de projeção mundial. Duvida? Norman Foster lançou seu primeiro projeto na América Latina aqui, Calatrava também. Em correspondência com o eixo histórico da cidade, Calatrava projetou a conexão entre as margens do dique 3. Inspirado em um casal dançando tango, ele desenhou uma ponte onde o mastro representa o homem que suspende por meio de cordas a curvatura central da ponte que simboliza a mulher, em um típico passo da dança. Um belo marco para Buenos Aires.

Puente de la Mujer - Santiago Calatrava

As transformações de portos urbanos constituem uma tendência que vem se repetindo, inclusive no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro. As operações em Puerto Madero inspiraram diversas outras no mundo todo, inclusive no Rio. Cá pra nós, se o Porto Maravilha ficar parecido com Puerto Madero, eu já ficaria completamente satisfeito.


Por Vitor Wilson

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez

O Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez se localiza no centro da cidade de Bogotá, com vista privilegiada para o bairro La Candelaria, o projeto do arquiteto Rogelio Salmona favorece diversas atividades independentes, como caminhar, descansar, ler, comprar livros, tomar café ou apreciar obras de arte. Construído em 2005, o edifício é um bom exemplar do estilo de Salmona, com grandes espaços livres e com o revestimento de ladrilhos.

 Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez | Fonte: espacoturismo.com

Iglesia Matriz de Bogotá vista do Centro Cultural
O Centro Cultural se localiza na esquina da Carrera 6 com a Calle 11. Do lado de fora, muito movimento, turistas, vendedores ambulantes e curiosos. Ao lado, a sede da Orquestra Sinfônica de Bogotá, com sua música que inspirando quem passa. Mais a frente,  a Igreja Matriz de Bogotá, que se pode ver na foto acima e também a Plaza Símon Bolivar.

Fachada para Carrera 6
Fachada para a Calle 11
Rogelio Salmona conversa com seu entorno, propicia as melhores vistas para quem está dentro do edifício e curiosidade para quem passa na rua. As várias curvas e caminhos permitem que o usuário descubra o espaço aos poucos, e que tenha uma surpresa em cada uma delas. O edifício abriga também a secretaria de educação pública da associação México - Colômbia.

Calle 11, muitos turistas e frequentadores do local em horário de almoço
Parte da fachada para a Calle 11, onde estão as informações do Centro Cultural
A arquitetura permite que você a explore de muitas formas diferentes, não há uma rota ou um caminho pre-estabelecido. Você pode subir as escadas, tomar um café, descer para a livraria, subir novamente por outro lugar e ver obras de arte. Então você aprecia a bela vista do centro antigo e, de repente, olha para baixo e vê um espelho d'água bem ao centro.


Uma das entradas possíveis para o edifício

Rampa de acesso aos pavimentos superiores 
Os principais materiais utilizados por Salmona no Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez são os ladrilhos, a madeira e o concreto. O vidro também é amplamente utilizado com intenção de integrar o interior com o exterior, sem espelhar e quase sempre com peitoris baixos.


Vista que se tem ao chegar no 2º pavimento pela rampa
Espaço aberto e descoberto utilizado por leitores, oferece vista privilegiada para a Calle 11 
Espécies arbustivas são utilizadas no paisagismo, além de blocos de concreto que compõem o mobiliário e podem ser utilizados de várias maneiras. O espaço que abriga a livraria tem todas as janelas para o interior, prevalecendo assim a privacidade e o conforto do usuário. 

Espelho d'água e a livraria no 1º piso
Espaço exterior da edificação que dá acesso a rampa
O interior da livraria é muito aconchegante, tem espaços diversificados para leitura. Salmona utiliza iluminação natural combinada com iluminação artificial, sempre com lâmpadas amarelas.

Interior da livraria com piso e estantes de madeira
Iluminação natural mesclada com artificial no interior da livraria
Revestimento interior e mobiliário de madeira

Por Jéssica Rossone

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Estádios 2014: Arena Fonte Nova


 O Estádio

Estive na Arena Fonte Nova em Fevereiro deste ano e apesar de já ter sido entregue, o estádio ainda conta com obras sendo realizadas em áreas de acesso especial. O projeto é do escritório de arquitetura Schulitz+Partner em parceria com a Setepla Tecnometal.



A solução formal dos arquitetos foi desenhar o estádio em formato de ferradura, deixando a parte vazada para a região sul onde está o Dique do Tororó - um lago com uma boa área verde e espaço para lazer - permitindo não só uma boa ventilação, como também o uso do estádio durante todo o ano por uma variedade de eventos, em que se pode montar palcos sem ocupar a área do gramado. Sob essa abertura há um restaurante flutuante que empolga os usuários pela experiência cenográfica única.


A estrutura da antiga Fonte Nova estava comprometida e teve que ser implodida. No entanto, mais de 92% dos resíduos do estádio foram reaproveitados na nova arena. Somando-se a isso, a água da chuva será reaproveitada e o consumo de energia otimizado. Os gestores responsáveis pelo empreendimento contrataram uma empresa de consultoria para atingir os quesitos da certificação LEED, concedido pela organização não governamental Green Building Council (GBC).

A Fonte Nova tem cobertura com estrutura metálica mista que demanda 25% menos aço em sua composição, 50 mil lugares, 5 mil acentos removíveis, 2.100 assentos premium, 70 camarotes, 94 banheiros, sendo 23 para deficientes, 40 quiosques de alimentação, área de imprensa, estacionamento com aproximadamente 2,5 mil vagas e um museu do futebol.



O investimento total é de R$ 591,7 milhões, dos quais R$ 323,6 milhões de financiamento federal. O projeto prevê a manutenção das características originais e a construção, em um modelo de parceria público-privada, de prédios que comportarão estacionamento, shopping, hotéis e casa de shows. O grupo responsável pela construção ganha o direito de explorar, por 35 anos, as instalações no entorno do complexo.


O Entorno



Sem grandes obras de mobilidade urbana, governo da Bahia elaborou um projeto de microacessibilidade para a Arena Fonte Nova. São dois viadutos e vias de escoamento de tráfego que farão a ligação direta com o estacionamento do estádio, melhorando a mobilidade na região central da cidade ao custo de R$ 12,5 milhões.

http://www.portal2014.org.br/midia/andamento-obras-obras/thumb386.jpg

Além disso, Salvador está implantando obras de Rotas de Pedestres para requalificar as calçadas das vias que conectam a Arena Fonte Nova a locais como a região portuária e outros pontos estratégicos. O passeio receberá sinalização tátil para pessoas com deficiência visual e rampas ou faixas elevadas para pessoas com dificuldade de locomoção ao custo de R$ 7,1 milhões.


A Cidade-sede

Estão sendo realizadas reformas no Aeroporto Internacional, que incluem ampliação do estacionamento e pátio de aeronaves, reforma e adequação do Terminal de Passageiros, além de intervenções na torre de controle ao custo de R$ 47,61 milhões. Um novo terminal de passageiros também está sendo construído no Porto de Salvador.

No entanto, o metrô de Salvador que começou a ser construído cerca de 14 anos atrás e até hoje não foi inaugurado, sequer foi contemplado nos planos de ação do governo. Segundo o que a população conta, os trens não passaram pela abertura mal dimensionada dos túneis e se encontram hoje em estado de deterioração. No mês passado houve algumas reuniões entre a prefeitura e o poder estadual mas nenhum acordo parece ter sido concretizado para que as linhas entrassem em funcionamento até a Copa.

Veja a maqute eletrônica:



Fonte

schulitz.de
g1.globo.com
portal2014.org.br
copa2014.gov.br
www12.senado.gov.br


Por Vitor Wilson

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